domingo, 18 de março de 2018

Sair mais cedo não é desistir.....

Salut,

Sim, mais uma vez quando disse que iria manter o blog actualizado todas as semanas....não aconteceu 😞,posso arranjar mil e duas desculpas mas nada justifica a grande preguiça que tenho em escrever!!! Enfim, mas passemos à frente e vamos directos à grande razão deste post: 
saída antecipada do projecto!!

Sim é isso mesmo.... Infelizmente não vou completar os 12 meses do projecto, mas sim 9. Razões?! Um punhado delas. mas se calhar para vocês as saudades são as mais evidentes mas....nem é o caso. Obviamente que elas estão presentes, todos os dias, mesmo nas mais pequenas coisas, mas já não é como no inicio: aquela dor insuportável no peito, a vontade de desistir todos os dias, os telefonemas apenas para chorar e poder sentir-me melhor. Não, não foram as saudades que me fizeram tomar esta grande decisão, mas sim todo o funcionamento do projecto até aqui. A minha grande motivação para abraçar esta aventura e deixar tudo e todos foi sem dúvida alguma a animação clínica que logo desde cedo soubemos que não iria para a frente....e foi aqui que começaram os problemas. Sem esta actividade que iria ocupar 3 dias por semana da nossa rotina diária a semana ficou mais livre. As soluções para "tapar este buraco" revelaram-se desastrosas e no meu caso muito pouco interessantes: em primeiro lugar foi passar a quarta-feira no centro de Síndrome de Down, nada contra pessoas 5* mas adultos com SD não são um publico com o qual me sinta à vontade para trabalhar e ficar a fazer trabalhos manuais (solução que arranjei junto das funcionárias do centro que fazem estes trabalhos para depois venderem e angariarem dinheiro para o centro) até Agosto é de longe o meu ideal de SVE; em segundo a Instituição com crianças em risco, enfim, para mim algo muito pouco ou quase nada produtivo e interessante, os miúdos são um pouco difícil de manter na ordem, são apenas duas horas às quartas-feiras e até agora o que fazemos é dar aulas de inglês e espanhol e jogar "máfia"! Super interessante como podem constatar. A língua é um obstáculo (talvez por preguiça, por falta de estudo, por falta de apoio...) e aqui começam os problemas para manter a ordem, exprimir as nossas ideias e compreender as deles. Outra razão é o ambiente em casa....Quando se vive com 5 pessoas tão diferentes e não há um esforço para manter o mínimo de convivência, o respeito não é mutuo e a "mimanhice" prevalece...temos um grave problema com duas soluções possíveis: criar ainda mais drama cá em casa ou simplesmente ignorar e viver como se o problema não existisse. A solução mais saudável neste caso é a última....custa, mas como diz o meu primo João "aguenta e não chora"!!!! Para juntar a tudo isto a organização que nos acolhe não funciona da melhor maneira. Os problemas com a coordenadora começaram desde cedo, sem que após tantas queixas ninguém fizesse nada, só quatro meses depois afastaram a coordenadora e passamos a ter outra pessoas responsável. A falta de tarefas motivadoras e desafiantes, a comunicação organização-voluntários-organização esta melhor mas não 100%...as tarefas pós escolas não me convencem a ficar!! Coisas simples como o afastamento da nossa ex coordenadora da organização ter nos chegado através dos nossos voluntários locais numa mera conversa e não pela própria organização, o facto de uma das voluntárias ter-lhe sido roubada a carteira e a organização nada fez para ajudar, nem a acompanharam à policia nem houve manifestação de ajudar em nada, enfim!!
Neste ponto o que me prende aqui é a dança e tudo o que gira à sua volta (preocupante pois deveria ser apenas um hobbie), as escolas e estas 3 maravilhosas pessoas que tive o prazer de conhecer e poder partilhar esta gigante experiência (mais a nossa grande amiga romena, ou seja 4 pessoas)!

Não foi fácil tomar esta decisão, porque pensei sempre desde o inicio que poderia ser apenas um problema meu: ser demasiado controladora ou picuinhas em relação a certas coisas, mas depois apercebi-me que não! Pode até ser meu também, mas é algo que também é bastante exterior a mim.
Foi uma decisão muito ponderada e que foi tomada com o apoio de todos.... Nunca me senti fraca por "desistir", porque para mim não é desistir, é reconhecer que já demos muito de nós e que está na hora de abraçar outros projectos e continuar com a nossa vida, sempre com o coração cheio por ter passado por esta aventura! 
Regressar não vai ser fácil, tenho plena noção, mas um problema de cada vez 😏

Cabeça erguida e em Junho já estarei em terras lusas💓

Pupici 



domingo, 4 de fevereiro de 2018

A festa foi......

Festa, festinha..... Festão 

E pronto.... com quase uma semana de atraso aqui vêem as novidades!!!
Foi absolutamente incrível!! Foi uma sensação tão boa, fantástica. libertadora, uma sensação de orgulho e de dever comprido. 
Mas começando depois do último post! Esta festa tinha tudo para dar certo, mas com um pequeno grande problema: os sapatos! Sim, iniciei a vida artística há 3 meses atrás e sapatos próprios para a dança nem ve-los e o problema tornou-se ainda mais evidente no ensaio de sexta à noite quando a nossa professor frisou a importância dos sapatitos, para ficarmos todas jeitosas de vestidos pretos e collants especiais. Esperem....?!!!!! Collants especiais? Não posso apenas levar as minhas pretas??? 😱 Não, as collants especiais eram cor de pele:


Sim.... Euzinha com isto! Teve mesmo de ser e não foi nada confortável! Mas retomando aos sapatos, passei o sábado inteiro antes da festa nos centros comerciais de Cluj à procura dos bons dos sapatos. 4horas e nada! Apenas uma perseguição pelo segurança da loja que como somos estrangeiras e entrarmos 5x na mesma loja (pois estávamos super indecisas e acabamos por na 2a vez comprar os sapatos da Tifi)! Desisti, fui à Decathlon e comprei uns sapatos pretos de dança, bastante confortáveis diga-se de passagem.
Depois de todos os problemas resolvidos... SHOW TIME 😍 7 minutos mais longos e ao mesmo tempo mais rápidos de todo o sempre! O meu companheiro sobreviveu sem qualquer dano 💪😆 está pronto para outra muahahahahahah

Com esta maravilhosa noticia e com o facto de cada vez estar mais apaixonada por isto.... chegou a altura de comprometer-me agora a 90% - comprei finalmente os sapatos para dançar! Comprei uns não tão altos (5.5cm de salto) mas penso que para começar foi a melhor escolha. Algo deste género: 

Esta coisa das danças anda-me a mudar!!! Mau mau Maria =p 

Deixo-vos os links para os vídeos oficiais das duas danças!! Espero que gostem 😁😁😁👍 

Bachata: 
https://www.facebook.com/bailarte/videos/2082190595326664/ 

Salsa:
https://www.facebook.com/bailarte/videos/2082187395326984/ 

Pupici =) 

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Vine ziua cea mare! Como quem diz "o grande dia está a chegar"

Salsa, salsa, bachata, bachata ....


E o grande dia está praticamente à porta! Qual grande dia, perguntam vocês? Pois, o dia em que acabamos a nossa passagem pelos primeiros passos na Bachata e Salsa e fazemos uma grande festa onde dançamos uma coreografia para todos verem o quão bom somos (ou não xD).
Pois bem, quando cheguei à Roménia decidi que a minha vida não iria ser só o voluntariado. Nem poderia ser, porque quem me conhece minimamente sabe que não sou rapariga de estar parada e ficar de braços cruzados à espera que algo aconteça. Foi nesta procura por fazer mais coisas que em conversa com uma amiga daqui descobri estas aulas de Bachata e Salsa. Não era uma novidade pois já tinha tido algumas aulas em Portugal, mas nada de sério. Em Outubro quando comecei nunca esperei que fosse gostar tanto como agora..... Tem sido óptimo para crescer, enfrentar o medo de errar e aprender com os erros, aprender romeno (não tanto aqui pois os professores falam também em inglês, mas na Kizomba não há inglês para ninguém é o salve-se quem puder), ter mais confiança em mim, conhecer outras pessoas (já vos falei da Patrícia a nossa querida amiga romena??? um amor de pessoa) e também para me soltar mais. Dançar faz bem ao corpo e à mente!!! Especialmente à mente. 
Mas voltando à festa de sábado. Confesso que os nervos começam a apertar 😱. Segunda quando aprendemos a nossa coreografia para a festa não me pareceu que fosse algo tão difícil (nunca disse que era fácil), mas hoje quando vi a entrada que tínhamos de fazer, os gestos femininos (logo eu Joana Oliveira que não sou nada de feminismos -.-) comecei a ficar aterrorizada!!!! Sinto-me um pouco insegura, mas como diz o meu parceiro "o que interessa é divertimo-nos e se algo correr mal vamos rir e seguir em frente"! A Bachata ainda marcha, agora a Salsa?! Ui ui, sorte a minha que no meio disto tudo o meu parceiro é intermediário (estou mais ou menos "mais salva" que os outros) é super divertido e tem uma paciência de santo, tanto que hoje para retribuir todo o seu esforço dei-lhe duas cotoveladas: uma no peito e outra no nariz 😔 sou mesmo boa pessoa!!! Rezamos para que ate sábado não fique sem par... Os nervos vão apertando até lá, a confiança vai tendo altos e baixos mas "o que tem de ser, tem muita força"! Venha mais um desafio 💪 domingo venho com mais novidades e esperamos que o meu parceiro saia de lá vivo! Rezem ....

Deixo-vos com os ritmos calientes da coreografia: 

Salsa: https://www.youtube.com/watch?v=eAZwTN_gdZo 
Bachata: https://www.youtube.com/watch?v=yNDRsDA6M2E 





domingo, 14 de janeiro de 2018

La multi ani....mais vale tarde que nunca

Depois de tantos dias ausente (desculpem-me a preguiça), resolvi colocar nas minhas resoluções de ano novo: no mínimo um post por semana no Blog para atualizar as novidades e também para poder mais tarde ler todas estas peripécias e poder rir das desgraças e celebrar as vitorias. Ora então vamos lá:

Natal, natalinho .... e ano novo! 

A época foi passada em casa! Foi bom regressar durante 15 dias a Portugal. Mas este regresso não foi apenas mais uma ida a casa para matar saudades, mas sim o regresso para conhecer a minha nova casa. Quando estive pela última vez em casa, em novembro, a minha mãe andava na algazarra das mudanças, empacotar tudo, ter a certeza que não fica nada para trás, ver o que ainda se podia dar ou o que poderia ir para o lixo pois já não faz falta.... A viagem foi extremamente enervante, pois a ansiedade de chegar a casa para poder ver tudo era tão grande mas tão grande. Para ajudar vim toda a viagem (Bucareste - Lisboa) a fazer de ama seca de um miúdo romeno de 6 anos, Vitor, (tão querido) que viajava sozinho e os hospedeiros de bordo pediram-me para ir sentada ao pé dele não fosse ele precisar de alguma coisa. Claro que faz todo o sentido alguém que não fala muito bem romeno "tomar conta" de um piqueno que só fala romeno....Demo-nos bem a viagem toda, partilhamos comida, gargalhadas e no final tive direito a uma despedida dupla,  já depois do avião aterrar e ele ter saído 1o que eu, ele veio a correr só para me dizer "la revedere, papa" 🙌 
Mas voltando ao regresso à nova casa.... estava tão entusiasmada!!! Voltar a ver a minha mãe, o David o meu pai! A nova casa é um amor, mais pequena que a nossa antiga (faz sentido porque somos apenas duas), acolhedora, bem localizada, mesmo que ainda não tivesse o meu quarto (pois tivemos de ir ao IKEA comprar os moveis) senti-me em casa. Mas foi estranho, voltar e não poder fazer tudo aquilo que fiz durante todos estes anos: ir aos xistos beber café com o David estar com ele, ver a Maria, ver a minha Inês e o Diogo sempre que me apetece, ir à Artística. Mas também foi bom poder fazer coisas novas. A minha mãe entusiasmadíssima com a nova casa, o novo trabalho, a nova vida, descansei o meu pequeno coração por ve-la tão feliz. 
O resto dos dias foram uma correria, natal com todas as tias e primos (EXCELENTE), ver amigos, ver mais família... e descanso zero!
O dia da partida foi mais intenso do que esperava, prometi a mim mesma não chorar em frente à mãe Céu, mas foi impossível! Deixar outra vez toda a gente, voltar para cá sabendo que todos os problemas (casa e trabalho) iriam estar à minha espera no mesmo sítio. Uma bela treta, mas voltei, estou viva e ainda temos mais 7 meses pela frente 💪

Barcelona

Acho que este foi um dos melhores enganos da minha vida. Depois de marcar a viagem para ir a casa no Natal, apercebi-me que no regresso depois de marcar o voo Lisboa-Barcelona, não havia voos nesse mesmo dia de Barcelona para Cluj (Joana sendo Joana), com grande pena minha tive de passar 32h em Barcelona. A cidade é fantástica, mas demasiado grande para ser vista/relembrada num dia. A última vez que estive lá foi na minha viagem de finalistas a Loret del Mar (muitos anos portanto). Para além de dizer-vos que a cidade é linda e se não foram visitar por favor vão, um facto engraçado é que no ultimo dia fiz um "free tour" pela cidade e descobri que o meu guia era.... tcharammmm romeno. Ah ah ah ah ah um sinal que tinha mesmo de voltar.

CVCN - Trabalho 

Ano novo, problemas velhos, mas com algumas novidades! 
O ambiente ainda não está a 100% , derivado à dificuldade que temos em comunicar com a nossa coordenadora e tudo o que isso criou/implicou, mas acho que estamos no caminho certo para fazer desta relação voluntários coordenação mais pacifica e feliz. Começamos o ano com a novidade que (pelo menos para mim) o trabalho no Centro de Síndrome de Down está out. Nada contra as pessoas em si, sempre fui bem tratada e passei bons momentos lá, mas sinceramente não era o trabalho que queria levar até ao fim neste ano tão importante da minha vida! Com esta atividade fora, arranjaram-nos outra que confesso que o trabalho que iremos desenvolver ainda está um pouco confuso na minha cabeça. O que percebi foi que iríamos todas as quartas-feiras passar a tarde numa instituição que acolhe crianças em risco e iríamos fazer algumas atividades com eles! Quarta vamos visitar a instituição e saber o que podemos fazer! Começa também a escola depois de uma semana na Roménia sem aulas e sem nada interessante para fazer... sim aqui as crianças ficam sem aulas mas nós vamos para o escritório fazer algumas coisas (algumas um pouco inúteis) mas pronto.

Por aqui nos vamos aguentando e o frio a sério já começou 

domingo, 19 de novembro de 2017

Updates: mudanças e 1o Festival de Salsa

Bem tenho sofrido de uma doença extremamente incapacitante chamada Preguicite Aguda!! Conhecem? E foi ela que me impediu de actualizar o Blog durante demasiado tempo. 
Novidades há algumas e prometo que vou fazer deste post um post não muito extenso e aborrecido. 
Preparados?!

Vamos lá =) 

Voltar a casa pela última vez

Depois de passar dois meses aqui, estar mais conformada com as saudades de todos, mais ambientada à casa, ao pais e às pessoas.....Houve sempre algo que me fazia algumas comichões: a mudança de casa da minha mãe. Sim =) vamos mudar de casa! Mas esta mudança não significa apenas mudar de casa.... Não é uma mudança como tantas outras que fizemos no passado neste 24 anos de Portel. É uma mudança que começou a ser pensava nos inícios do ano, mesmo antes sequer pensar em vir para cá, e que finalmente aconteceu em setembro quando a minha mãe mudou de escola (a senhora minha mãe é educadora de infância e não é por ser minha mãe mas é a melhor que conheço). Sim, ao fim de 24 anos a viver no mesmo sítio esta GRANDE senhora decidiu que queria mudar de vida, mudar de ares, abrir horizontes... A ideia ao inicio pareceu-me super bem, estava a morar e a trabalhar em Lisboa na altura e a mudança para Almada significava te-la mais perto de mim o que era fabuloso. No entanto esta ideia começou a parecer cada vez menos "super" quando soube que vinha para a Roménia e menos super quando me apercebi que não iria estar presente na grande mudança.... E por isto decidi que estava na hora de regressar "pela última vez" à terra que me viu crescer nestes últimos 24 anos e de certa forma despedir-me. 
Claro que como podem calcular isto foi uma desculpa para voltar a ver a minha mãe, o meu pai o David e os meus pequenos 😋 E que tal uma surpresa a toda a gente??? Claro menos ao meu parceiro do crime, o David, se não não tinha quem me fosse buscar ao aeroporto e levar-me a fazer a surpresa à minha mãe e ao meu pai. 
Para efeitos ia com o David passar 4 dias a Milão.....muahahahah! Tudo combinado e preparado e chegou a altura de fazer o plano acontecer. Depois de aparecer de surpresa na nova escola da mãe Céu e quase a ter matado do coração e depois de fingir ser "um problema informático" na escola do meu pai e ele ir a correr para resolver e quando olhou para mim disse "o que estás aqui a fazer??" 😏ficaram feitas as surpresas.
Esta mudança desperta-me diversas emoções e sentimentos tão contraditórios ao mesmo tempo: primeiro não estou lá para ajudar, e sinto-me bastante mal por isso, sentimento parvo porque temos uma rede de amigos fantástica que está a ajudar em tudo, segundo porque estou longe e às vezes é uma treta, terceiro apesar de tudo fui muito feliz em Portel e tenho grandes amigos lá, quarto....hum é preocupações de filha 😩
Foi bom passar 4 dias em casa: rever toda a gente, matar saudades, ir a casa pela última vez.... mas passou tudo tão depressa 😮ver o quão crescido e peste está o meu afilhadão, ver a minha pequena grande princesa.... Enfim! Foi bom e acho que isso é tudo o que tenho a reter desses dias. O regresso foi mais fácil do que imaginei. Claro que houve a lágrima quando o avião descolou de Lisboa e a lágrima quando aterrou em Cluj, mas se assim não fosse alguma coisa de errado havia.
Agora é esperar 30 dias certinhos para estar de volta e começar uma nova vida, numa nova casa =) mal posso esperar. 

8th Transilvania Salsa Fest

Se há coisa que me relaxa e me faz feliz e especialmente sentir em casa é dançar Kizomba (não é por acaso que o post de hoje é escrito ao som). Iniciei a minha "vida artística" por este estilo de dança  há cerca de 1 ano e meio em Lisboa na Jazzy. Porquê Kizomba? Sempre achei apaixonante a forma como se dança, a intensidade com que se sente a musica, o facto de não ser sempre o mesmo, a sensualidade, a liberdade, mas acima de tudo porque quem lidera aqui é o homem, e este sim é o meu grande desafio na dança: não sou eu que controlo tudo (como gosto que aconteça na vida real) mas sim alguém que controla por mim. Desafios.... 
Quando cheguei à Roménia uma das coisas que decidi era que iria continuar a minha jornada na dança, pois era uma forma de ter algo cá que também tinha ai. Descobri no entanto em primeiro lugar a Bachata e Salsa. Já tinha experimentado em Lisboa e confesso que não tinha achado grande piada, mas já que estou num pais novo, porque não experimentar aqui?! E ainda bem que o fiz. Especialmente a bachata, salsa para mim revela-se mais difícil e a minha dislexia também não ajuda à festa 😒 mas como tenho colegas super pacientes tudo se resolve. As aulas são em Romeno (especialmente as de Kizomba) as vezes é fácil perceber outras não, mas há sempre alguém que traduz para inglês, mas na bachata e salsa é mais fácil pois tenho professores fantásticos, Karolina e Cotiso (um dos melhores do país assim como de Kizomba Jojo e Sifu) que falam em Romeno e as vezes tenho a sorte de ser em "português", mais para o espanhol mas o que interessa é a intenção 😀.
Este fim de semana teve lugar este magnifico festival, um dos mais reconhecidos a nível internacional....era uma boa oportunidade mas apenas com 1 mês de aulas de Kizomba e dois de Salsa e Bachata era demasiado para mim! Depois de falar com os professores todos me disseram: "Vai é uma oportunidade única, vêm nomes grandes da Salsa, Bachata e Kizomba, vês e aprendes"
E pronto rendi-me e fui! Uma palavra: MARAVILHOSO! Claro que como suspeitava ao inicio mesmo nos workshops para todos os níveis às vezes foi tão difícil e frustrante... mas depois a atmosfera, as pessoas, os professores, os shows (OMG fantástico). Salsa não foi uma opção pois ainda estão demasiado verde, mas aprendi tanto no que toca à bachata e à kizomba?!!! E ver um dos meus ídolos Albir Rojas (vão gloogar) foi um dos pontos altos. Claro que ainda estou demasiado no inicio para poder desfrutar a 100% de um festival destes, mas tinha de experimentar e ver toda a atmosfera por trás. As festas para mim foi o que mais me impressionou. Mulheres lindíssimas, produzidas segundo o dresscode de cada noite (primeira vermelho, segunda gótico, terceira brilho), muito glamor, vestidos e sapatos lindos, cabelos super arranjados e maquilhagem adequada à ocasião. Já eles uns de jeans, outros muito aperaltados. Regra principal nas festas? Queres que alguém te chame para dançar? Vai para junto da pista e espera que te convidem....e sabem que mais??! Fui convidada para dançar duas vezes na pista de Bachata 😍 dois colegas das aulas mas não interessa ah ah ah ah 😄
Portanto... é trabalhar nos próximos meses e quando regressar a Portugal será um dos objectivos, continuar a dançar e ir a outro festival....AAAAH e em Janeiro comprar os meus primeiros sapatos (sim euzinha de saltos, rezem pelos meus pés e tornozelos) 

Estendi-me no post mas tenho desculpa que já não escrevia há muito tempo! O próximo post irei falar de como está a correr o trabalho e a vida por aqui. 


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Há dias de muita sorte....e terça foi o dia


Uma terça-feira de euromilhões

Quem me conhece sabe que sou super distraída (posso dizer que este é o meu nome do meio) e como não poderia deixar de ser mesmo a mais de 3000km aqui sou uma "romana" distraída!!! Acho que já tinha falado num outro post que para nos deslocarmos às escolas temos de ir de autocarro. Estes autocarros são autocarros que fazem a ligação entre Cluj e outras terras perto-longe. Esta terça-feira era mais uma terça-feira normal: sair da aula de romeno, comer algo, apanhar um bus na cidade para ir para a estação dos autocarros numa ponta da cidade, entrar no bus para a escola, pedir em romeno os bilhetes para todos, ser "gozada" pela motorista pela minha "pronuncia romena", ir para a escola, estar com os miúdos 45m, ir para a "paragem de bus" da terra esperar que o bus passe (e rezar para que haja lugares) e voltar a Cluj! Sou apologista de que quando vivemos noutro país temos de falar a língua ou pelo menos tentar, por uma questão de respeito. Quando compro os bilhetes tento sempre pedir em romeno "Bună dimineața. YY bilete pentru XXX vă rog", mas não sei porque para o "xover" (que não se escreve assim mas que é condutor em romeno) é sempre uma animação -.-. Ora voltando à passada terça-feira depois de oferecer 2m de diversão ao condutor, começamos a nossa viagem, fomos para a escola e quando estamos à espera do Bus para Cluj reparo que não tenho a carteira com o € para os bilhetes!!!!!!! Nada nos bolsos, nada na mala, nada na escola.... OMG!! O € para o resto da semana, o resto dos bilhetes, o € da organização, perdi-o e agora tenho de repor do meu bolso 😩 Calma! Pedi à nossa voluntária local (voluntários que vão connosco às escolas e ajudam na tradução) para ligar para a empresa de autocarros, pois a carteira poderia ter ficado no bus. Depois de várias chamadas e apertos no coração: a carteira ficou no bus e o motorista pode entrega-la... UFAAAAAAAAA 😇 Estou safa e tenho uma sorte brutal ah ah ah ah ah (mas pf não faças outra). Voltar atrás para contar algo super curioso, nesta viagem para a escola, tivemos um controlo de bilhetes que saiu na mesma paragem que nós e que quando perguntou à nossa voluntária de onde éramos e ela ela respondeu que eu era de Portugal, o senhor começou a rir e disse que o motorista (o que gosta de rir de mim quando falo romeno) tinha estado 7 anos em portugal e falava muito bem português (pensei ah ah ah estás tramado). Na realidade foi a minha sorte para combinar a devolução da carteira. O senhor fala português muito bem com um sotaque a dar para o brasileiro. Esteve 5 anos a trabalhar na autoestrada no norte, perto de Braga, tem muito amigos portugueses e gostou bastante de la estar. Salvou o meu dia e isso é o mais importante 🙏

Escolas 

O trabalho nas escolas tem corrido bem! São três escolas muito diferentes. com miúdos muitos especiais. Tentamos fazer as mesmas actividades em todas as escolas mas por vezes não é fácil pois miúdos diferentes reagem de maneira diferente às mesmas actividades e também o numero de alunos por clube é bem diferente. Se na terça temos 10 e na quinta 14 temos dois clubes na sexta um com 22 e outro com 24. Mas o que interessa é que eles gostam e são miúdos fabulosos que fazem trabalhos lindíssimos.  
O tema destas ultimas semanas é: personalidade e identidade. Deixo-vos alguns exemplos dos nossos pequenos artistas:


Qual o teu super poder? Desenha-o no teu super herói 

O meu super poder é 

Super poderes da super primeira aula 


"Quando for grande quero ser arquitecto. Mas apenas para construir edifícios, mas não quero construir escolas"  - um dos miúdos
que tem 8 anos.  

Quando for grande quero ser Policia. 





quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Na terra do Drácula

Antes de mais tem sido complicado escrever por duas razões: uma porque o meu "computador" de vez em quando decide que também tem saudades de casa e o teclado deixa de funcionar vai se lá saber porque; segunda porque ando bastante preguiçosa para escrever. Manter o blog é um grande desafio porque escrever nunca foi o meu forte e sou demasiado preguiçosa.... Mas deixo aqui a promessa de escrever no mínimo duas vezes por semana, PALAVRA DE JOANA OLIVEIRA! 

Sighișoara

No passado fim de semana fomos fazer a nossa primeira viagem por terras Romanas. Em Bucareste (no nosso arrival training em setembro), conhecemos outros voluntários hospedados noutras localidades e o fim de semana passado fizemos a nossa primeira visita a esta cidade. 
Não posso começar a falar da cidade sem falar da minha alucinante viagem até Sighișoara,
Começa então com o meu pavor a andar de autocarro (uma longa e triste historia) que faz com que ao contrario do resto da segunda família eu vá de comboio sozinha, numa viagem de 4h. Até aqui nada de novo, visto que na Roménia viajar para onde quer que seja é sempre uma eternidade de comboio, não só porque grande parte dos comboios são do tempo do comunismo assim como as linhas, fazendo com que não se possa andar muito depressa. À hora do comboio lá estava eu na estação. Encontrar a carruagem foi o 1º desafio pois tinham grandes números pintados nas carruagens, mas nenhum era o que vinha no meu bilhete. Depois de andar para trás e para a frente desisti e pedi ajuda. Ora o número estava escrito num pedacinho de papel que estava colado numa das janelas das portas de uma das carruagens: como é que não reparaste Joana???!!! 😑  Assim que entrei apercebi-me logo que não ia ser uma viagem de sonhos.
Este minúsculo espaço para 8 pessoas! Sim oito pessoas super apertadas dentro desta cabine, onde não podemos esticar os pés se não damos um pontapé à pessoa à nossa frente, não podemos mexer muito para não apertar as pessoas que estão ao nosso lado....e para agravar, 8 pessoas dentro de uma cabine, onde só existe uma porta e que para esta ser aberta e passar ar (sim, porque como deve imaginar o cheiro a pessoas é bastante forte) todos têm de concordar a sua abertura e o seu fecho. Depois de me sentar, super apertada entre dois senhores, começou então a viagem que inicialmente era de 4h mas depressa passou para quase 5h e pouco uma vez que para não variar o comboio atrasou! 
Passando as coisas mais bonitas e arejadas.....
É uma cidade pequena, com um encanto fantástico, não só por ser a terra onde nasceu Vlad Țepeș, conhecido entre os amigos por Drácula, mas também por ser a única cidade medieval habitada na Roménia. Foi fundada por colonistas saxões o que faz com que aqui habitem muitos alemães e que a cidade tenha dois nomes: Sighișoara em Romeno e Schäßburg em alemão. Tudo aqui tem dois nomes, um em romeno e outro em alemão. Todos os que aqui vivem orgulham-se bastante da sua cidade e falam dela sempre com um grande sorriso. Um dos ponto altos (no real sentido da palavra) desta visita foi a Turnul cu Ceas (torre do relógio). A vista sobre a cidade é fabulosa e em cada canto existe uma placa com o nome de algumas cidades assim como a sua distância desde esse ponto (por exemplo Paris, Viena, Budapeste, Polo Norte, Polo Sul). Descendo novamente, cor é algo que não falta nesta pequena cidade. São poucas as casas pintadas de branco. Aqui reina o cor de rosa, amarelo e verde. Ao caminhar pelas ruas estreitas, onde a calçada cobre todo o chão do centro histórico, recordei todas as vezes que em pequena ia passear nas nossas pintorescas vilas e aldeias em Portugal.  Foi um fim de semana bastante nostálgico, porque aqui encontrei um pouquinho de casa.